IEA Polo Ribeirão Preto inaugura sede

Após quase dez anos de atuação no campus Ribeirão Preto da USP, o Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto realizou hoje (23) a cerimônia de inauguração de sua sede. Instalada em um espaço de cerca de 400 metros quadrados, onde funcionava uma agência do Banco Santander, o local abrigará atividades dos grupos de estudos e de professores visitantes.

“Estamos estruturando grupos de estudos que irão contemplar duas áreas acadêmicas: as conceituais, que investigam de forma multidisciplinar os temas de grande impacto nos próximos 50 anos, e a área de políticas públicas, que vão produzir documentos para auxiliar as administrações na formulação e aplicação dessas políticas”, afirma o coordenador do IEA Polo Ribeirão Preto Fernando de Queiroz Cunha.

O vice-diretor do IEA Guilherme Ary Plonski esteve presente no evento e destacou o empenho do Polo em criar um espaço inspirador mesmo em tempos difíceis para a universidade. “A missão do Polo é ajudar a universidade a se inserir na sociedade, combinando talentos e compartilhando conhecimento de forma que todos possam se beneficiar”, diz.

Os Institutos de Estudos Avançados têm como missão pesquisar e discutir, de forma aprofundada e abrangente, questões fundamentais da ciência, da tecnologia, das artes e demais áreas do conhecimento. Na USP, o IEA foi criado em 1986, no campus Butantã, e em 2009 o campus Ribeirão Preto recebeu um Polo.

A mesa de abertura da cerimônia também foi composta pelo reitor da USP Marco Antonio Zago e pelo docente da Rice University e co-diretor do Centro para Física Biológica Teórica José Nelson Onuchic, que realizou, em seguida, a palestra “Pode a física teórica ajudar a entender a biologia do câncer?”.

Onuchic apresentou pesquisas desenvolvidas na área de física biológica, ramo da ciência que surgiu nos anos 2000 e aplica a física para criar modelos que permitam estudar sistemas complexos vivos.

Segundo o docente, 90% das mortes por câncer são causadas por metástases em outros órgãos e não pela doença no local original. A partir de um tumor primário, células se transformam em células tumorais circulantes e então promovem a metástase. “O câncer não cria um mecanismo novo. Ele rouba um mecanismo da célula que já existe e o amplia. É assim que a metástase se desenvolve”, explica ele.

Nesse mecanismo está envolvida a mudança de mais de dois mil genes. “Por conta disso, há uma dificuldade muito grande em se fazer uma modelagem para estudá-lo. É nesse ponto que a física auxilia”, diz.

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