Um novo grupo de estudos começou suas atividades no Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto da USP. Coordenado pela docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) Maria Cristiane Barbosa Galvão, o Grupo de Estudos Avançados em Tecnologia e Informação em Saúde com Foco em Populações Vulneráveis (Confluencia) vai se dedicar ao ecossistema da informação em saúde.
Os estudos incluem a produção, a busca, a seleção, a disseminação e o uso da informação em saúde com foco na população, dando prioridade às pessoas que enfrentam desvantagens sociais, econômicas ou ambientais, como pessoas em situação de pobreza, crianças, idosos, populações indígenas, imigrantes, refugiados, pacientes com condições crônicas e doenças raras, e pessoas que enfrentam situações adversas decorrentes de condições culturais, sociais, econômicas ou geográficas.
Entre os integrantes do grupo, estão docentes e pesquisadores de diversas unidades da USP, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e de universidades de países como Portugal, Chile, Israel, Inglaterra, Vietnã, Taiwan, Canadá, Suécia, Índia e Tailândia.
Primeiras atividades
Atualmente, Maria Cristiane está desenvolvendo atividades como international professor na Índia, a convite da Manipal Academy of Higher Education (MAHE). As interações com a essa universidade permitiram um trabalho mais próximo com a docente da Prasanna School of Public Health da MAHE Usha Rani, que também integra o grupo Confluencia. Neste sentido, foram estabelecidas parcerias para projetos futuros, entre eles o trabalho “Organizational Health Literacy in South Indian Hospitals”, que será desenvolvido pela mestranda Pallavi Kamath com a colaboração do docente da Department of Basic Medical Sciences da MAHE Abhishek Chaturvedi.
Maria Cristiane também tem aproveitado a oportunidade para apresentar o grupo em eventos e reuniões internacionais. No final de abril, ela foi convidada pela Asian Health Literacy Association (AHLA) para integrar o painel Health Literacy in the AI Era, como parte da programação do World Health Summit – Regional Meeting 2025 em Delhi, na Índia. Sua apresentação abordou pesquisas que articulam informação em saúde, tecnologias digitais e justiça social, desenvolvidas no contexto brasileiro, com destaque para o trabalho que já é realizado nesse sentido na FMRP-USP e que agora terá continuidade no novo grupo de estudos do IEA-RP.
“Em minha fala, apresentei uma reflexão sobre os riscos e limites do uso da inteligência artificial para responder dúvidas de pacientes, a partir de experiências concretas no projeto Centro Brasileiro de Referência em Informação em Saúde (CBRIS), que coordeno na Universidade de São Paulo. Defendi uma nova abordagem conceitual: a literacia em saúde baseada no vínculo, centrada na escuta, na presença e na relação entre seres humanos”, explica.
A docente também participou como palestrante na International Health Literacy Guest Lecture, promovida pela Manipal Health Literacy Unit (MHLU), pela Prasanna School of Public Health da MAHE e pelo Kasturba Hospital, da Índia, na qual abordou o uso de tecnologias digitais para a disseminação ética e inclusiva de informações em saúde para pacientes, cuidadores e o público.
Outro importante contato estabelecido foi uma visita ao Central Health Education Bureau do Ministério da Saúde e Bem-Estar da Família da Índia, o que deve ampliar os intercâmbios institucionais e o diálogo intercultural dentro dos trabalhos do grupo.
Para mais informações sobre o grupo de estudos, acesse este link.
