Inteligência artificial não substitui conhecimento do profissional, diz especialista

Inteligência artificial não substitui conhecimento do profissional, diz especialista

É inegável que ferramentas baseadas em inteligência artificial, como o ChatGPT, vão trazer impactos ao mercado de trabalho e à realidade de muitas profissões. Mas qual será a extensão disso? No USP Analisa que vai ao ar hoje, às 16h45, o professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) e pesquisador do Centro de Inteligência Artificial (C4AI) da USP, Fernando Osório, comenta essa questão.

Ele destaca que, embora essas ferramentas funcionem por meio de um prompt, ou seja, um texto que dá à plataforma informações sobre o que o usuário deseja gerar, o resultado vai depender do conhecimento do profissional em sua área. “A gente volta um pouco àquela questão do iniciante e do profissional. O profissional tem a capacidade de fazer uma geração de prompt muito mais adequada que o iniciante e de reconhecer, por exemplo, que a resposta ainda não está pronta”, diz ele.

Osório cita o exemplo dos designers gráficos e lembra que ferramentas de geração de imagens, como o Dall-E, também desenvolvido pela Open AI, empresa que criou o ChatGPT, são usadas, algumas vezes, para substituir o trabalho desse profissional. Mas o resultado nem sempre é adequado. 

“Por exemplo, o dono da empresa quer criar um logotipo. Eu já vi gente sugerindo usar ferramentas como o Dall-E e outras semelhantes para esse fim. Mas o dono da empresa não entende de linguagem, de comunicação, dos sentimentos que ele está transmitindo com aquelas cores. Ele não é um designer gráfico. A imagem gerada talvez seja um logo bonitinho para ele, mas não vai traduzir para o público aquilo que se quer transmitir numa imagem de um logotipo. Nessas horas, o design gráfico pode usar o ChatGPT? Pode, porque algumas vezes fazer certas obras gráficas é complexo. Mas o designer vai entrevistar o cliente, traduzir isso num prompt, gerar a imagem, analisar, criticar e melhorar. Isso tudo faz parte do conhecimento do designer”. 

O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar pela Rádio USP nesta sexta, às 16h45, um pequeno trecho do podcast de mesmo nome, que pode ser acessado na íntegra nas plataformas de podcast Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Deezer e Amazon Music.

O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram ou em nosso grupo no Whatsapp.

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