A necessidade de suspensão das aulas presenciais imposta pela pandemia trouxe a discussão sobre formas de educação híbrida. Mas será que essa modalidade envolve apenas professores e estudantes interagindo à distância pelo computador? Para explicar melhor o que é a educação híbrida e entender como ela pode ser uma ferramenta na recuperação do aprendizado, o USP Analisa desta semana conversa com a pedagoga, ex-presidente do INEP e atual presidente da Associação Nacional de Educação Básica (ANEBHI), Híbrida Maria Inês Fini.
A pedagoga destaca que existe uma diferença muito grande entre o que as pessoas chamam de ensino híbrido, termo que ficou bastante em evidência com as aulas remotas, e a educação híbrida em si. “Se nós falarmos só de ensino híbrido, nós excluímos aprendizagem híbrida. Então temos usado o conceito de educação híbrida, que combina ensino e aprendizagens presenciais com ensino e aprendizagens remotas. E é muito diferente de educação à distância, porque isso não é permitido na educação básica do Brasil. Além disso, a escola presencial é a etapa obrigatória pela qual vamos lutar sempre, porque a escola presencial faz falta na vida de todas as crianças. A educação híbrida complementa o ensino e aprendizagens presenciais, mas não substitui”, explica ela.
Segundo Maria Inês, a educação híbrida não é uma novidade, já que os professores sempre passam alguma tarefa para ser feita fora do ambiente escolar, a famosa lição de casa. A diferença, segundo ela, é que agora a tecnologia traz a possibilidade de tornar essa modalidade muito mais atrativa.
“O remoto não necessariamente precisa ser na casa do aluno. Pode ser em uma outra sala da própria escola. Se a escola tem um bom laboratório, hoje você tem plataformas gratuitas, como a Khan Academy, por exemplo, que permite organizar uma série de sequências didáticas e de aprendizagem para que os alunos possam repor aquilo que faltou”, afirma.
A presidente da ANEBHI vai falar sobre a educação híbrida nesta semana no curso Políticas Públicas e a Qualidade da Educação, que é organizado pela Cátedra Sérgio Henrique Ferreira. Embora o curso seja fechado, os vídeos das aulas estão sendo disponibilizados no canal do IEA-RP no YouTube.
A entrevista ao USP Analisa vai ao ar nesta quarta (15), a partir das 18h05, com reapresentação no domingo (19), às 11h30. O programa também pode ser ouvido pelas plataformas de áudio iTunes e Spotify.
O USP Analisa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o programa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram.