Embora existam muitas diferenças entre as várias áreas da ciência, é fundamental que haja um diálogo entre elas no processo de construção do conhecimento. Porém, entre algumas, esse diálogo não existe, como é o caso das ciências humanas e biológicas. Para abordar as razões dessa ausência e os benefícios que uma interface entre as duas poderia trazer, o USP Analisa desta semana entrevista o professor sênior em atividade no Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP Mário de Vivo.
O docente, que atualmente desenvolve projeto sobre esse tema no IEA-RP, explica que essa falta de diálogo se refere ao diálogo acadêmico, imprescindível para a solução de problemas que elas levantam. “A minha impressão é que as muitas áreas do conhecimento humano devem dialogar visando a responder às perguntas que elas têm em suas respectivas áreas. Às vezes, as perguntas estão muito distantes de uma ou outra área, então você fica concentrado ali dentro, mas existem muitas interfaces possíveis. A maioria das ciências, em geral, dialoga bem, mas quando a gente chega na área dos estudos humanos, essas divisões se exacerbam em vez de se tornarem mais fluidas. Em vez de dialogar, de criar áreas de interface, pelo contrário: você tem um recrudescimento da separação”, diz ele.