Para especialistas, educação midiática precisa ser abordada de forma multidisciplinar

Para especialistas, educação midiática precisa ser abordada de forma multidisciplinar

A recente popularização de ferramentas de inteligência artificial trouxe praticidade em muitos aspectos, mas também está gerando preocupação por conta do uso de forma prejudicial, como em casos recentes de bullying. Dentro desse contexto – e considerando ainda a disseminação de discurso de ódio e desinformação em redes sociais -, as estratégias de educação midiática podem ser uma importante ferramenta para enfrentar todos esses problemas. É o que explicam o professor da Escola de Comunicação e Artes da USP Ismar de Oliveira Soares e a presidente do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, que conversaram nesta semana sobre o tema no USP Analisa.

Para Patricia, é importante ter um olhar cuidadoso para a educação, a formação de um cidadão crítico e também para o design das ferramentas de tecnologia, com o objetivo de garantir o uso correto delas. Mas a solução, segundo ela, vai além.

“Eu gosto de reforçar que a educação midiática é fundamental, mas mais ainda é o nosso papel e a nossa responsabilidade nesse universo. A desinformação circula porque tem gente que curte, que compartilha desinformação. O bullying acontece porque tem gente que pratica e que dissemina esse tipo de prática”.

Ismar destaca que experimentar práticas justas, equânimes e verdadeiras de comunicação ajuda o indivíduo a identificar formas de manipulação que precisam ser combatidas. Para ele, o processo de recepção e distribuição de conteúdo de forma mecânica, sem questionamentos, está naturalizado na sociedade.

“Antigamente, a educação midiática era mais fácil de ser feita porque nós analisávamos uma novela, um telejornal, um boletim ou um programa de rádio e agora temos que analisar um sistema. E esse sistema está acima de nós, conduzindo as políticas e colocando em risco a democracia, a própria sobrevivência da natureza, e assim por diante. Estamos realmente frente a um grande problema que nos leva a insistir na importância de que esse tema vá para as faculdades de educação e de comunicação, para que seja estudado de uma forma multilateral, multidisciplinar, porque nós temos que enfrentar a desinformação na área da saúde, da ciência social, do meio ambiente e assim por diante”, afirma o professor.

O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar pela Rádio USP nesta sexta, às 16h45, um pequeno trecho do podcast de mesmo nome, que pode ser acessado na íntegra nas plataformas de podcast Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Deezer e Amazon Music.

O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram ou em nosso grupo no Whatsapp.

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