Pesquisadora esclarece riscos gerados pelas pseudociências

A facilidade de encontrar informação sobre qualquer assunto na internet nem sempre é algo positivo: muitos conteúdos aparentemente baseados em fatos científicos podem distorcer estatísticas e levar o público a acreditar nas chamadas pseudociências, teorias que muitas vezes apresentam termos ligados à ciência, mas que não podem ser testadas pelo método científico. Para falar sobre os riscos das pseudociências e como se precaver contra elas, o USP Analisa conversa nesta semana com a presidente do Instituto Questão de Ciência Natália Pasternak Taschner.

Ela explica que as pseudociências despertam a atenção do público porque soam mais atraentes ao serem explicadas. “Para você dizer que a Terra é plana, você coloca um gif, uma figura na internet e fala que a Terra é plana. [Para explicar uma teoria científica], você demora muito mais tempo do que colocar uma mensagem atraente completamente aleatória e maluca, que vai fixar a atenção do público de maneira muito mais rápida. É sempre muito mais difícil explicar a ciência. A pseudociência não precisa ser explicada porque é mentira, então é mais fácil, você coloca ela ali e quem quiser aceita”.

Os riscos das pseudociências ultrapassam a simples desinformação. Hoje, segundo Natália, o Sistema Único de Saúde brasileiro oferece 29 práticas integrativas baseadas em teorias que não podem ser cientificamente comprovadas, o que coloca em risco o paciente, além de representar desperdício de dinheiro público.

“O que nós estamos falando é de um desperdício de dinheiro público muito sério e muito perigoso. Primeiro porque ele gasta dinheiro público à toa em lugar onde faltam até luvas. E, segundo, porque ele endossa terapias que não têm comprovação científica alguma e podem desviar pessoas de seus tratamentos convencionais – que, esses sim, iriam curá-las –, podem atrasar diagnósticos de doenças graves e as consequências disso para a saúde podem ser super deletérias. E essas consequências também podem ser financeiras, porque quando você atrasa um diagnóstico de câncer, por exemplo, você ainda vai onerar mais o sistema posteriormente”.

A entrevista vai ao ar nesta quarta, dia 1º de maio, em novo horário, às 18h05, com reapresentação no domingo (5), às 11h30. O USP Analisa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto.

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