
Representantes da Secretaria de Estado da Educação de Alagoas e os coordenadores das 13 regionais de ensino do Estado se reuniram com a equipe da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira no início de julho para discutir políticas que promovam a equidade na aprendizagem. Proposta de colaboração visa ampliar o uso de evidências, realizar formações de educadores e técnicos, e promover troca de experiências entre escolas para melhorar o desempenho de estudantes.
Há cerca de três anos, a Cátedra do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto da USP já atua em parceria com dez municípios alagoanos, com foco nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. A partir de agora, serão incorporados mais três municípios ao grupo, além da ampliação do diálogo com a rede estadual, em trabalho coordenado pela reitora honorária da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Ana Dayse Dorea, com apoio de professores da Universidade e representantes da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA).
“Com o apoio da UFAL e da AMA, e com base nos excelentes resultados obtidos na 1ª fase do projeto, entendemos que deveríamos fortalecer o conceito do regime de colaboração levando o projeto para toda a rede pública nos municípios envolvidos, incluindo assim as redes estadual e municipal. Será uma grande oportunidade para a Cátedra e para sua coordenação local tão bem dirigida pela professora Ana Dayse”, afirmou o titular da Cátedra, Mozart Neves Ramos.
Durante o encontro, Mozart compartilhou o primeiro relatório com análises das 13 regionais do Estado, no qual ficou evidente que há diferenças nos resultados entre territórios, mesmo com nível socioeconômico parecido. “Notadamente, vemos duas regionais que se destacam com desempenho significativamente positivo, demonstrando qualidade com equidade. Pode ser o caso de entender o que essas regionais estão fazendo em termos de gestão e formação de lideranças e buscar formas de replicar em outros territórios”, defendeu Mozart.
Na análise de dados realizada pela Cátedra e apresentada à secretária executiva do Desenvolvimento da Educação e Cooperação com os municípios, Sueleide Barbosa Duarte, são gerados gráficos por meio de uma metodologia estatística que congrega cinco indicadores educacionais (como desempenho em Língua Portuguesa e Matemática, aprovação escolar e distorção idade-série) para demonstrar quais fatores estão influenciando mais a diferença no desempenho entre as escolas.
Também foram gerados mapas que mostram, para cada escola, a porcentagem de estudantes com o aprendizado adequado, tanto em Língua Portuguesa quanto em Matemática. No mapa de cada regional, é possível localizar as escolas com menos de 25% dos estudantes com aprendizado adequado, de 25% a 50%, de 50% a 75% e o grupo com mais de 75% de estudantes nessa situação. A partir da leitura dos dados, é possível identificar prioridades para políticas educacionais que busquem melhorar o desempenho para todos.
Durante a reunião, a coordenadora da Cátedra em Alagoas, Ana Dayse, compartilhou também a proposta de oferta de formações aos municípios interessados, com foco em análise de dados, educação antirracista e metodologias para o ensino da matemática. O objetivo é já iniciar alguns desses módulos de forma on-line neste semestre para gestores escolares e técnicos das secretarias de Educação.
“O trabalho da Cátedra já tem apresentado um resultado interessante nos municípios onde atuamos, com estímulo e compromisso. Por isso, tem provocado interesse de participação de mais redes”, afirmou Ana Dayse. “Liderada pelo professor Mozart, a Cátedra tem capacidade de agregar pessoas com alto conhecimento e também capacidade de resolução de problemas, com foco na aprendizagem. Por isso ela faz a diferença, e tem sido uma oportunidade muito rica de aprender cada vez mais e colaborar para a melhoria da educação em Alagoas. Acreditamos que esse trabalho terá um impacto muito grande.”

